Guarapari/ES - A pérola capixaba

Situada no litoral do Espírito Santo, a 59 km da capital Vitória, Guaraparí é muito mais do que apenas uma cidade de praia.

 

Situada no litoral do Espírito Santo, a 59 km da capital Vitória, Guaraparí é muito mais do que apenas uma cidade de praia. Sua história remonta a época dos Jesuitas com destaque para o Padre José de Anchieta, seu fundador.

Além das praias maravilhosas a cidade pequena, é cheia de vida.

Em busca de história

Fundada pelo Padre José de Anchieta em 1585, com o nome de Aldeia de Santa Maria de Guaraparí (nome de origem indígena Guara = garça e o sufixo Parim = manca), a cidade guarda até hoje traços de sua fundação e colonização.

Seguir os “passos de Anchieta” marcados em vários pontos da cidade é como voltar ao passado.


Placa que sinaliza os “passos de Anchieta`
Marca dos “passos de Anchieta”]

Começamos pela Igreja Velha Matriz, construída pelo padre José de Anchieta, tombada pelo Patrimônio Nacional e localizada num ponto alto e central da cidade. A fachada da Igreja exibe uma pintura em azulejo que ilustra como era a construção no tempo dos Jesuítas.

No local da antiga Sacristia funciona um Museu Sacro, que inclui em seu acervo castiçais, cálices, crucifixos e imagens do século XVIII de várias Santas.

Infelizmente não pudemos visitá-lo, pois a Matriz encontrava-se fechada no momento de nossa visita, mas foi possível admirá-la por dentro através de uma janela que fica o tempo todo aberta.


Igreja Matriz
Pintura em Azulejo
Por dentro da Velha Matriz

Ainda seguindo “os passos de Anchieta”, visitamos as ruínas da Igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição. A construção é de pedras sobrepostas unidas por uma massa feita de barro, areia, conchas trituradas e óleo de baleia. Antes de a construção ser concluída a igreja pegou fogo e nunca foi inaugurada. O que restou do prédio ainda está conservado na Avenida do Contorno, 143.
Outro pequeno marco histórico pode ser visitado na Praia da Fonte, assim nomeada por abrigar uma pequena nascente que, até pouco tempo abastecia a cidade quando faltava água.

Nesta nascente encontra-se o Poço da Fonte, construído em meados do séc. XVI pelos Jesuítas com pedras, areia, conchas trituradas e óleo de baleia, utilizado para apanhar água potável.


Ruínas da Igreja
Por dentro das ruinas
Poço da Fonte

Praias

Guaraparí abriga mais de 20 praias, com isto, tivemos que optar por conhecer as mais próximas e de fácil acesso. Largamos o carro próximo ao centro e fomos conhecer a orla a pé.
Logo chegamos à Praia das Virtudes, que recebeu esse nome porque no passado, era a praia preferida das freiras em razão de sua localização: um local escondido e discreto. É pequena, possui areia clara e água esverdeada. Normalmente é procurada por pessoas que gostam de praias mais tranqüilas.

Seguindo pela orla, avista-se o conjunto de três praias que formam um dos cartões postais de Guarapari: a Praia dos Namorados, das Castanheiras e do Meio.
As três têm boa estrutura com bares e restaurantes próximos. São bem movimentadas e cheias de turistas. São praias com areia fofa e arrecifes que formam piscinas naturais.

A Praia dos Namorados, pequena e de águas calmas, leva este nome devido a uma lenda que conta a história de um casal de namorados enfeitiçados um pelo outro, em razão da magia do lugar.
Contornada por enormes castanheiras, a Praia das Castanheiras é separada apenas por recifes da Praia do Meio. Ambas têm águas mansas e rasas, ótimas para crianças.


Praia das Virtudes
Vista das Praia dos Namorados, Castanheiras e do Meio
Praia dos Namorados
Praia das Castanheiras e do Meio ao fundo

Mais a frente fica a Praia das Areias Pretas que, apesar de pequena (com 200 metros de extensão), tem uma ótima infra-estrutura, muitos quiosques, bares e restaurantes. Ficou mundialmente famosa pelas propriedades medicinais da areia monazítica que, com pequenas quantidades de tório e urânio em sua composição garantem o teor radioativo de seus grãos amarelados, pretos e marrons, indicados para o tratamento de artrites, nevralgias, doenças musculares e perturbações digestivas. Motivo pelo qual Guaraparí foi nomeada “Cidade Saúde”, pois a radioatividade da areia atua no solo e na atmosfera, espalhando o benefício tanto dentro, quanto fora das casas e dos hotéis.

A Praia do Morro com suas areias claras e ondas fortes é a maior (com 3 km. de extensão), mais conhecida e estruturada de Guaraparí. É urbanizada e “agitada” dia e noite. Lá também acontecem todos os eventos patrocinados pela Prefeitura. Suas calçadas são largas e as ruas cheias lojas, bares e restaurantes.

Pegando a Rodovia do Sol para o norte, à 12Km do centro de Guaraparí, chega-se na Praia de Setiba, que significa: Ser=concha / TYBA= abundância. É uma praia mediana (800 m), com mar calmo e águas claras, o que atraiu-nos a um mergulho livre. Para quem gosta de sossego Setiba é ideal, ainda “meio selvagem” com a natureza intacta. Conta também com uma pequena estrutura com quiosques.

Ainda em Setiba no km 36 da Rodovia do Sol, encontra-se o Parque Estadual Paulo César Vinha (Setiba). O local abriga nos seus 1500 hectares uma vegetação de restinga, com florestas, praias, ilhas, alagados e lagoas ainda intactos. Possui uma sede com Centro de Visitantes e uma Trilha para a Lagoa Caraís (30 min. de caminhada.

Já do outro lado no litoral sul, seguindo pela Rodovia do Sol sentido Meaípe, estão nossas praias preferidas, as que formam Enseada Azul: Peracanga Guaíbura e Bacutia, que com águas cristalinas (mas geladas!) são um convite ao mergulho livre. Para quem quer mais aventura, é possível mergulhar e encontrar o cargueiro alemão que afundou em 1942, a 300 metros da praia.


Praia de Setiba
Mergulho livre na praia de Setiba
Praia de Peracanga
Praia da Bacutia

A Praia dos Padres com águas verdes e ondas fracas, também faz parte do complexo da Enseada Azul. Embora pequena, (50 metros), tem quiosques e estacionamento. No verão é muito freqüentada.

Mais à frente a 6 km do centro pela Rodovia do Sol, encontra-se a Praia de Meaípe que era uma antiga aldeia de pescadores contornada por castanheiras, com areia batida e ondas fracas. Tem uma grande orla (4.000 m.) e é muito concorrida, principalmente no verão. Conta com uma boa infra-estrutura urbana. Do alto do Morro de Meaípe, dá para se ter uma visão panorâmica de toda a praia.

Queríamos muito conhecer todas as praias, mas não foi desta vez que demos conta! Fica nossa dica de outras duas praias: Três Praias (ótima para mergulho e pesca submarina), Praia da Cerca (boa para o surf).

Aventura na Pedreira

Localizado na Rodovia do Sol s/n, em Três Praias está o Pedreira Adventure Park. Por conta do extrativismo mineral na região, formou-se um lago de águas cristalinas, circundado por um cânion com 55 m. de altura. É neste belo cenário que encontramos uma ótima opção de aventurar-se com adrenalina e muita segurança.

Começamos com um rapel na parede de pedra. O visual de cima da Pedreira faz com que a aventura fique ainda melhor! A descida de aproximadamente 40 metros é quase toda no negativo. Também é possível escalar esta mesma parede de pedras, por várias vias diferentes. Todo o material de segurança é fornecido pelo parque.

Já o Matheus, nosso filho de 10 anos, optou logo pela tirolesa molhada e pelo mergulho nas águas geladas do lago.

A tirolesa seca (de mais ou menos 150 m.) é bem rápida! Sai do mesmo lugar do rapel, atravessando o parque pela lateral e terminando numa rede.


Pedreira Adventure Park
Ronny iniciando o rapel
rapel e escalada
Tirolesa molhada
Tirolesa seca
Mergulho no lago

Mergulho nas Ilhas Rasas

O mergulho nas Ilhas de Guaraparí ficou famoso por apresentar a maior biodiversidade do país. Convidados pelaAtlantes, nós tivemos a oportunidade de ver de perto esta fauna marinha altamente diversificada. Como ainda não temos o certificado de mergulho, a sugestão do Julio (mergulhador e proprietário da Atlantes) foi fazer um batismo nas Ilhas Rasas, localizadas a 11 km do continente. Quem participa deste passeio, aprende sobre os equipamentos e recebe as instruções necessárias para um mergulho seguro.

Assim, entramos no barco e fomos deixando o continente para trás.

Navegamos por aproximadamente uma hora e meia até a primeira parada: o naufrágio do Navio Belúcia. Com água na boca vimos os mergulhadores certificados”entrarem no mar!
Ficamos no barco com o visual das Ilhas Rasas ao lado.


Deixando o continente
Primeira turma entrando no mar
Espera no barco com visual das Ilhas Rasas
Tanques de oxigênio e as Ilhas Rasas

Depois de aproximadamente 40 minutos, os mergulhadores começaram a voltar do fundo do mar. A cada embarque ouvíamos comentários entusiasmados de “- Como o mergulho tinha sido demais!”. Nós ficávamos ali, prestando a atenção nas histórias para não perder nenhum detalhe.

Chegou a nossa vez! Partimos em direção às Ilhas Rasas. No local do mergulho, foi constatado que a visibilidade perto da superfície não estava boa, assim sendo não seria possível para o Matheus realizá-lo conosco como o previsto, pois teríamos que descer mais do que 6 m. (profundidade permitida para crianças até 10 anos), para poder ver alguma coisa.

Fomos instruídos a descer pelo cabo da âncora do barco. Lá embaixo, de braços dados com o instrutor, que neste caso foi o próprio Julio, começamos a explorar o fundo do mar. A visibilidade era de mais ou menos uns 12 m.

Foi incrível observar a diversidade de espécies em um mesmo lugar. O chão era coberto por estrelas do mar, tantas, que pareciam ter sido colocadas ali apenas para enfeitar! Como passa rápido! Ficamos na água por mais ou menos uns 50 minutos.


OK dos Marinheiros
Prontos para o mergulho
Descendo pelo cabo da âncora
Nós no mergulho
Diversidade de espécies
Diversidade de espécies

Dali seguimos para a terceira e mais importante parada: o naufrágio do Victory 8B.

O Victory 8B era um cargueiro grego que foi impedido de atracar no Porto de Vitória no Estado do Espírito Santo, por conta de problemas fiscais e de não pagamento de multas. O navio permaneceu parado até que 18 meses depois, em 1997, sua tripulação pediu extradição a Polícia Federal. Com isso, passou a ser conhecido como “Navio Fantasma” e para evitar maiores problemas, foi rebocado para o Porto de Vitória. Em 2001 o navio tornou-se propriedade do Governo do Espírito Santo, sendo doado para implantação do projeto de Recifes Artificiais Marinhos (RAM). Foi então preparado para o afundamento que se realizou aos 03 de julho de 2003, num local escolhido entre as Ilhas Rasas e Escalvada. O navio encontra-se a 34 m. de profundidade máxima e a chaminé a cerca de 15 metros da superfície. Mais informações sobre o naufrágio consulte o site: Naufrágios do Brasil.

Por uns 45 minutos não víamos nem ouvíamos nenhum dos mergulhadores. Aí, um a um, começaram a aparecer na superfície. Ao ouvirmos as histórias do mergulho no Victory 8B, decidimos que assim que tirarmos nosso certificado, é para Guaraparí que voltaremos!

Expomar – Aquário de Guaraparí

Como o mar de Guaraparí abriga uma enorme biodiversidade, não poderia faltar uma exposição marinha.
Acompanhados de uma monitora que nos informa a respeito de todas as espécies expostas no aquário, fomos reconhecendo alguns animais que vimos no mergulho.

A visita foi proveitosa, a monitoria é competente e o aquário abriga mais de 100 espécies vivas, além da representação de um mini-manguezal com sistema de marés.

Mas o que realmente chama a atenção da garotada são os tubarões lixa, que são vistos bem de pertinho.


Visitando o Aquário
Conhecendo a fauna marinha
Os tubarões lixa
Monitoria competente

Vela na Praia

Convidados pelo Edmar da “Vela na Praia” para um curso básico de vela, e como o vento estava muito forte em Guaraparí, fomos até Vitória (59 km) para ter nossa aula na Curva da Jurema, uma praia apropriada para iniciantes.

Optamos por um passeio com aula, que começa pela parte teórica onde aprendemos sobre o vento, a vela, onde fica a popa, a proa, enfim, o básico, e termina com uma saída para velejar.

Entendendo a teoria e partindo para a prática, fomos conhecer o barco.


 

Aula teórica
Conhecendo o barco
Colocando o barco na água
Aprendendo...

Aos poucos, fomos descobrindo que não há segredos em velejar desde que se conheça a reação da vela ao vento. Com um pouco de habilidade, passamos do aprendizado ao divertimento. Na água esverdeada e cristalina, por duas vezes avistamos tartarugas marinhas nadando ao nosso lado.

De repente, o vento começou a soprar forte e aí, literalmente começamos a velejar!

Para a vela mudar de bordo é preciso “cambar”, isto é, uma manobra que faz com que o barco mude para direção oposta. Para isto, o “dono da vela” (neste caso o Ronny) tem que mudar de lugar com o outro que cuida do leme (neste caso o Edmar), mantendo o equilíbrio no barco. Este momento foi hilário e demos muita risada! Numa das manobras, eu caí sobre o leme, o Ronny foi lançado para fora do barco e o Edmar caído do outro lado, tentava retomar o controle, o que era impossível comigo tendo um “ataque de riso” bem em cima do leme! Durou pouco pois o Edmar foi ágil, mas a cena foi muito engraçada!Todos nós curtimos muito velejar!


descobrindo a habilidade
Velejando
Velejando
Velejando

Moqueca Capixaba

Não se pode visitar Guaraparí sem comer a famosa Moqueca Capixaba!

Escolhemos o Restaurante Capitão Navegante para provar esta iguaria do Espírito Santo.

O prato de origem indígena é feito com peixe (também pode levar camarão), urucum, bastante azeite doce e muito tempero. O nome `moqueca` designa um estilo de preparar o alimento que consiste no cozimento sem água, apenas com os vegetais e frutos do mar. Toda moqueca é feita e servida em panela de barro, pois mantém por mais tempo o peixe aquecido destacando seu sabor.

Acompanham o prato o pirão (feito no próprio caldo da moqueca), arroz e banana verde.

A iguaria faz jus à fama. É muito saborosa e bem mais leve que a moqueca baiana, pois não leva o azeite de dendê. É como dizem no Espírito Santo: “Moqueca é capixaba. O resto é peixada.”


Moqueca Capixaba
Apreciando a Moqueca Capixaba

As atenciosas donas do Capitão Navegante convidaram-nos ainda para apreciar outras especialidades da culinária Capixaba, o que vai ficar para uma próxima vez quando voltarmos para conhecer o Parque de Setiba, outras praias, mergulhar no Victiry 8B, e com a ajuda do vento, velejarmos em Guaraparí!

Dicas de Viagem

Nossa primeira dica é: Não deixe de ir á Guaraparí! Mas tente fazer isto em outra época que não seja nas férias de verão, onde o balneário é invadido por milhões de turistas. No entanto, para quem gosta de um bom mergulho a água tem maior visibilidade justamente no verão.

Vá com tempo para curtir tudo que fizemos e também o que deixamos de fazer. O ideal é no mínimo uma semana para aproveitar bem.

Informe-se sobre os horários de funcionamento de parques, do aquário, e outros passeios, pois mudam conforme a temporada.

Aproveite para comprar a famosa panela de barro, pois existem várias paneleiras em Guaraparí. Muitas delas expõem seus trabalhos ao longo da Rodovia do Sol, outras na Praça de Artesanato.

Colabore com o turismo responsável, não jogando lixo nas praias.

Serviços

POUSADA GUAYPORÃ
A. Meaípe, 1000 – Enseada Azul
www.guaypora.com.br
27 3272 1748
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RESTAURANTE CAPITÃO NAVEGANTE
Av. José ferreira ferro, 732 – Praia do Morro
27 3362 5997

ATLANTES
Rua José Barcelos de Matos, 341 (Rua do Mercado Municipal de Peixes)
www.atlantes.com.br
27 3361 0405
27 3361 4440
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PROJETO VELA NA PRAIA
Praia do Morro, próximo ao Morro da Pescaria
27 9983 3604
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PEDREIRA ADVENTURE PARK
Rodovia do Sol s/n – Três Praias
www.pedreiraadventures.com.br
27 3361 2163


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