Localizada na Serra da Mantiqueira, Maria da Fé é considerada a cidade mais fria de Minas Gerais, devido à sua altitude que ultrapassa os 1.200m, um ótimo destino para todas as estações do ano!
Era a primeira vez que participávamos de um “Trekking orgânico”. A princípio não sabíamos o que esperar de tal aventura, mas enquanto ouvíamos as explicações do Walter Santos, guia que nos acompanharia por todas as atividades, vejo o Matheus, nosso filho de 12 anos, comendo uma espiga de milho crua. Pois é, você entendeu bem, crua! Este era o objetivo da atividade, fazer com que além da caminhada, tivéssemos a oportunidade de experimentar os frutos das plantações “in loco”.
Maria da Fé já foi muito famosa por sua plantação de batatas. Até o final da década de 80, a cidade era essencialmente agrícola e focada na monocultura deste tubérculo, tornando-se a maior produtora de batatas do Brasil. Mas a partir de 1990 o aparecimento incontrolado de pragas na batata semente causou uma forte crise econômica e social em Maria da Fé, a cidade chegou quase mesmo a decretar falência.
Este cenário causou um forte impacto na população que encontrou no turismo, nas plantações orgânicas e no artesanato local a única forma de retomar a prosperidade da cidade.
Localizada na Serra da Mantiqueira, a 300 km de São Paulo e a 467 km de Belo Horizonte, a pequena cidade, de 15.300 habitantes é considerada a mais fria de Minas Gerais, clima este, devido a sua altitude que passa dos 1.200m, um ótimo destino para quem pretende fugir do calor do verão.
A praça principal é decorada com Oliveiras, que viemos a saber, dão frutos. Maria da Fé prepara-se inclusive para lançar o primeiro azeite brasileiro, com as azeitonas produzidas na cidade. Perto da praça, encontra-se também a antiga estação ferroviária, hoje transformada no Centro Cultural e histórico da cidade.
Trekking Orgânico
A caminhada a qual me referi no início desta reportagem começa por uma plantação de vagem macarrão. Após as explicações de como são cultivadas, ou seja, sem fertilizantes químicos, de forma rotativa e com a proteção do mato que cresce ao seu redor e atraem as principais pragas, pudemos experimentar o legume cru. O sabor é bem mais acentuado do que quando cozido, é gostoso, bem úmido e diferente.
Continuamos a caminhar por um terreno inclinado, passando por plantações de mandioca, batata doce, e várias espécies de milho. Em algumas das plantações, como a de milho, você pode provar também uma espiga da espécie mais macia. No entanto fomos orientados a comer apenas uma, pois em excesso pode causar uma ligeira indisposição intestinal a quem não está acostumado.
Como a plantação orgânica não destrói praticamente nada da flora local, passamos por araucárias, jardins naturais com florezinhas delicadas, coloridas e minúsculas e outros representantes da típica vegetação de altitude.
A atividade termina por volta de duas horas do início, com a degustação de um lanche onde são servidas frutas, verduras e quitutes preparados com produtos orgânicos.
Uma aventura que envolve ao mesmo tempo: atividade física, cultura e saúde.
Rapel e escalada
A Pedra dos Coxos é perfeita para desenvolver estas duas atividades. O rapel envolve uma descida pequena, de mais ou menos 25m, totalmente positivo. Ao chegar ao chão começa a verdadeira aventura: escalar os 25m de volta ao topo.
A agência Primata, onde contratamos esta atividade, propõe que os aventureiros escolham a melhor forma de escalar: promovendo a escalada com ajuda dos guias,onde não é preciso muita força, apenas habilidade; simulando uma escalada real, ou seja, habilidade e força para manter-se na rocha; e por meio da ascensão onde, uma fita transformada em um tipo de pedal, permite que você apóie um dos pés, enquanto procura por uma fenda onde apoiar-se na rocha, em seguida você levanta o ascensor, também chamado jummar, e vai subindo pé ante pé, ou seja, jummariando.
Decidimos que cada um de nós testaria uma opção: o Ronny decidiu escalar com força e habilidade como normalmente fazem os escaladores. Depois das instruções, desceu tranquilamente o rapel, mas a subida... Poucos escorregões, uma parada no meio e muito suor depois, estava de volta ao topo. Um ótimo exercício para músculos que não estamos acostumados a movimentar normalmente.
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O Matheus subiu com ajuda dos guias, segurando-se em fendas e apoiando os pés na rocha, veio muito bem, sem precisar ser puxado, a corda serviu apenas de apoio.
Para mim, sobrou “jummariar”. Depois das instruções, acreditei que fosse muito fácil escalar por meio desta técnica, mera ilusão. Ao colocar um dos pés no tal pedal, é muito difícil levantar o corpo, apoiar o pé, equilibrar-se, e subir o tal jummar com a outra mão, tudo ao mesmo tempo. Demora, mas depois que você pega o jeito, o que acontece lá pelo meio da escalada, dá até para curtir a vista do belo “Mar de Minas”, as montanhas!
Para quem nunca escalou como no nosso caso, esta atividade foi bem interessante e apropriada.
Caminhada na Fazenda Pomária
Nesta caminhada, que dura por volta de 3 horas, percorremos parte do percurso de uma das etapas do Circuito de Enduro a Pé – Caminhos do Sul de Minas, que foi realizado em agosto de 2007.
Pela trilha, que nos levou a um mirante, pudemos observar uma paisagem variada com mata de candeia (uma espécie de árvore nativa do cerrado mineiro), oliveiras, araucárias, bromélias, além de muitas flores. Na fauna, o destaque é para o macaco Sauá, que é típico da Mantiqueira, no entanto destes, ouvimos apenas os gritos distantes.
A mata que margeia a trilha é repleta de morangos silvestres fresquinhos, o que fez a alegria de todos com seu sabor adocicado, bem gostoso.
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A parada para descanso é no mirante, de onde se avista muitos vales e montanhas, as cidades de Cristina e Itajubá e em dias claros, o Pico dos Marins.
Equoterapia e cavalgada
Quando se fala em equoterapia, logo vêm à mente a técnica terapêutica desenvolvida com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos portadores de algum tipo de necessidade especial, no entanto aprendemos que esta atividade é adequada a todos aqueles que pretendem dedicar alguns momentos para vivenciar uma relação diferenciada com o cavalo.
Para começar a atividade, cada um de nós recebeu uma corda e fomos buscar nossos cavalos no pasto. A orientação é aproximar-se do animal escolhido de maneira suave e amistosa para conquistar sua confiança. Com o pasto pequeno e os animais acostumados às pessoas, esta etapa foi relativamente tranquila. É interessante observar como os cavalos acolhem-nos ou rejeitam-nos. Eu por exemplo só conseguí conquistar meu cavalo na terceira tentativa. Já o Matheus pegou seu animal logo na primeira.
A segunda etapa consiste em escovar os cavalos e alimentá-los conquistando definitivamente sua confiança. Sempre devagar e suavemente, aprendemos a selá-los e deixá-los prontos para a cavalgada.
Antes de iniciar o passeio, aprendemos como sentar-se corretamente na sela e acompanhar o movimento do animal. É muito diferente do que tínhamos feito nas cavalgadas até então. O objetivo é equilibrar-se mantendo a postura e a coordenação, que em sintonia com os movimentos do cavalo, estimula as articulações, os músculos e a circulação sanguínea, o que transforma uma simples cavalgada numa atividade extremamente relaxante. No dia seguinte, estávamos inteiros, sem aquelas dores no corpo que aparecem no dia seguinte a cavalgada.
Outros passeios:
Pico da Bandeira
Normalmente, por conta do nome, este pico é confundido com o Pico da Bandeira do Alto Caparaó, mas este possui apenas 1683m de altitude. É o principal mirante natural da cidade. Antes de seguir para o cume de carro, informe-se sobre as condições da estrada, nas épocas de chuva você poderá ficar atolado. A vista é bem abrangente: é possível avistar as cidades de Itajubá, Pedralva e São José do Alegre, além de Maria da Fé.
Fazenda Epamig
É uma fazenda experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. Possui um lago e uma trilha de 4 km para educação ambiental com cultivo de bromélias, azeitonas e ervas medicinais.
Abriga também uma das poucas estações meteorológicas automáticas brasileiras. O turista poderá visitá-la acompanhado de um guia da fazenda.
Cultura e artesanato
Maria da Fé desenvolveu um artesanato único e caprichado. Dois artistas plásticos nascidos na cidade encontraram maneiras ecologicamente corretas de fazer arte:
Leonardo Bueno descobriu nas madeiras utilizadas e desperdiçadas a matéria prima para sua arte, desenvolvendo peças exclusivas e diferenciadas; Domingos Tótora, encontrou na reciclagem do papel Kraft, a matéria prima para suas esculturas inspiradas na natureza. Ambos exportam suas peças e colaboram com a comunidade ensinando arte e gerando empregos, além de preservarem o meio ambiente.
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O Projeto Gente de Fibra, desenvolvido por Domingos Tótora, é uma cooperativa que trabalha com a reciclagem do papel Kraft e também com a fibra de bananeira. Com a mistura destas duas matérias primas são criados objetos que refletem a cultura local. Um dos desenhos mais utilizados nas peças são as réplicas das gravuras de Pietro Gentilli, pintor italiano que também possui obras na cidade histórica de Mariana/MG, pintadas nas paredes da Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, que também merece ser visitada.
Como chegar
De São Paulo e Rio de Janeiro: seguir pela rodovia Presidente Dutra até Piquete, passar por Lorena, Delfim Moreira, Itajubá e Maria da Fé. Entre Lorena e Itajubá é bom ficar atento, pois existem buracos no asfalto, o ideal é passar por este ponto da estrada ainda de dia.
Belo Horizonte: rodovia Fernão Dias até Pouso Alegre, pegar sentido Itajubá na
estrada que liga Fernão Dias a Dutra, depois Itajubá - Maria da Fé
Agência receptiva
Caminhos do Sul de Minas
Rua Goiás, 153 – centro
Contato: Walter Santos: (35) 9805-2713
O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Tel: (35) 3662-1318 / 3622-4421
Primata Escalada e Aventura
Marcelo Gesualdi; (35) 3622-2481
Onde ficar:
Pousada Pomária
Administrada pela dona Lurdinha, proprietária da fazenda, tem ambiente aconchegante e familiar. A casa principal é rodeada por montanhas e vales num local agradável e bonito.
Endereço: Fazenda Pomária
Reservas: (35) 3662-1318 (pela agência receptiva)
Cel: (35) 9115-1659
http://www.fazendapomaria.com.br
Hotel Dona Marta
Rua Luiz Corrêa Cardoso, 89 - centro
Tel: (35) 3662-1293
Onde comer:
Lanchonete Lanche & Cia
Praça Getúlio Vargas - Centro
Sítio Arco Íris
Rodovia Itajubá, KM 14
Tel: (35) 3662 1259 / 9199 3300
http://www.pesqueiroarcoiris.com.br
Pizzaria Casa Rosada
Praça Getúlio Vargas, 12
Tel: (35) 3662-1523
Restaurante Dona Marta
Rua Luiz Corrêa Cardoso, 89 - centro
Tel: (35) 3662-1293
Restaurante Três Marias
Av. José de Campos Sales, 155 – centro
Artesanato
Atelier Domingos Tótora
Rua Darci de Souza Cardoso, 300
Tel: (35) 3662-1328
http://www.domingostotora.com.br
Atelier Leonardo Bueno
Rodovia maria da Fé – Cristina, 51
Tel: (35) 3662-1299
http://www.leonardobueno.com
Oficina Gente de Fibra
Rua Teodomiro Santiago, 160 – centro
Tel: (35) 3662-2386
http://www.gentedefibra.com.br
Tramas da Fibra
Av. Dr. Silvestre Dias Ferraz, 474
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