Amazonas

O maior estado brasileiro se prepara para receber quatro jogos da primeira fase da Copa 2014 e turistas de todo o mundo que vem conhecer a natureza exuberante, densa e marcante da floresta Amazônica.

Por do Sol na Amazônia

O maior estado brasileiro tem grande parte de sua área coberta pela Amazônia, chamada também de floresta ou selva amazônica. A Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta, compreendendo a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. A floresta atrai turistas de todo o mundo, que ficam maravilhados com a natureza exuberante, densa e marcante desse bioma brasileiro. Inversamente proporcional à sua área, o Amazonas é o estado menos populoso do Brasil. Existem aqui apenas duas estações do ano: “verão” (época seca) e “época das chuvas”. Em ambas as estações o turista aproveita a visita ao estado de forma distinta. Na época das chuvas – de março a agosto –, como os níveis das águas aumentam bastante, é ideal visitar os igapós, como são conhecidas as terras inundadas, em toda a sua beleza. No verão – de setembro a fevereiro –, o nível dos rios atinge o ponto mais baixo, formando praias em suas margens e tornando mais fácil avistar animais e pescar.

Manaus

A capital do Amazonas é surpreendente! Mesmo encravada na floresta é uma cidade moderna e singular. A riqueza do seu patrimônio histórico é o atrativo mais procurado por quem a visita. Principal produtora mundial de borracha entre 1880 e 1910, Manaus tornou-se uma das cidades mais ricas e prósperas do Brasil. Esse passado glorioso está até hoje bem representado nos imponentes casarões e monumentos que compõem a história da cidade.

Estádio Arena Amazônica

O estádio que receberá os jogos da Copa do Mundo de 2014 era popularmente chamado de Vivaldão, ou Vivaldo Lima. Foi o palco futebolístico mais importante do Amazonas, lar da maioria dos clubes do estado. Seu projeto foi inspirado nos elementos da cultura, fauna e flora amazonenses: por exemplo, a estrutura metálica que protege a parte externa das arquibancadas lembra um cesto de palha, artesanato típico da região. A Arena Amazônia terá capacidade para 42.377 lugares, restaurantes, estacionamento subterrâneo e um acesso por meio de um corredor de ônibus e monotrilho. Receberá quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo de 2014 e servirá depois como um grande polo de atração turística para shows e eventos na região.
Avenida Constantino Nery, s/n – Flores
Para saber mais sobre a arena: http://www.copa2014.gov.br

Centro histórico
O largo de São Sebastião reúne grandes monumentos no centro histórico, como a Igreja de São Sebastião, o Palácio da Justiça, o Monumento de Abertura dos Portos e o consagrado Teatro Amazonas – é uma parada estratégica antes de você começar seu passeio pela história. O movimento de veículos é parcialmente restrito e no entorno surgiram bares, restaurantes, cafés e lojas de artesanato. À noite, todos os monumentos históricos são iluminados, ficando ainda mais imponentes. Vale a pena destacar os principais monumentos:

Teatro Amazonas
Ícone do período áureo da borracha, o teatro, bela obra arquitetônica inaugurada em 31 de dezembro de 1896, é o principal patrimônio artístico cultural do estado. A visita guiada pelo interior das instalações é enriquecedora. No Salão Nobre destaca-se a pintura do teto denominada “A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia”, datada de 1899 e de autoria de Domenico de Angelis. Os ornamentos sobre as colunas do pavimento térreo exibem máscaras em homenagem a dramaturgos e compositores clássicos famosos. No teto estão fixadas telas pintadas em Paris que homenageiam a música, a dança, a tragédia e o grande compositor brasileiro Carlos Gomes; o magnífico lustre dourado com cristais foi importado de Veneza. O teatro funciona normalmente como casa de espetáculos e é palco de atrações artísticas regionais, nacionais e internacionais.
Praça do Congresso, s/n

Teatro Amazonas

 

Teatro Amazonas – Foto: Família Müller

Teatro Amazonas

 

Teatro Amazonas – Foto: Família Müller

Palácio do Rio Negro
O casarão construído no início do século XX para ser residência de um comerciante alemão funcionou como sede do governo e residência oficial do governador. Transformado posteriormente em centro cultural, mantém uma exposição permanente da mobília e decoração histórica que pode ser observada em uma visita guiada.
Avenida Sete de Setembro, 1546 – Centro

Palácio Rio Negro

 

Palácio Rio Negro – Foto: Família Müller

Palacete Provincial
Por mais de cem anos conhecido como Quartel da Polícia Militar do Amazonas, depois da restauração, em 2009, abriga: a Pinacoteca do Estado, o Museu da Imagem e do Som, a Sala de Arqueologia, a Exposição Esculturas do Mundo, o Museu Tiradentes e o Museu de Numismática Bernardo Ramos, em cujo acervo há valiosas coleções de moedas da Grécia antiga e do Império Romano e moedas do Brasil Colônia, Império e República, além de cédulas, medalhas e condecorações.
Praça Heliondo Balbi, s/n

Mercado Adolpho Lisboa
Às margens do rio Negro, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa é um dos principais exemplares da arquitetura em ferro. Sem similar no mundo, figura como um dos ícones do período áureo da borracha. Ainda hoje funciona como um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais em Manaus.
Rua dos Barés, 46 – Centro

Casa das Artes
Uma das paradas para conhecer a arte local, a casa exibe periodicamente coleções de artistas locais, em sua maioria pintores e fotógrafos.
Rua José Clemente, 564 – Centro

Fora do centro, localizado em área rural, o Museu do Seringal Vila Paraíso, a céu aberto, serviu de cenário para o longa-metragem A Selva. A Vila Paraíso, que reproduz o modo de ser e viver do homem do seringal, conduz os visitantes aos tempos do ciclo da borracha. A visita guiada leva o turista a conhecer o casarão do seringalista; o barracão de armazenamento da borracha; o barracão de aviamento; a capela de Nossa Senhora da Conceição; o banho das mulheres; a trilha das seringueiras; a casa do seringueiro; o tapiri de defumação da borracha; o cemitério cenográfico; a estrebaria; a casa de farinha e o barracão dos seringueiros.
Igarapé São João, afluente do Igarapé do Tarumã Mirim
Pegar o barco, ou uma canoa táxi, na Marina do David, no final da Ponta Negra. O acesso é somente por via fluvial (barco: de 25 a 30 minutos). Funciona de terça a domingo, das 8h às 16h

Museu do Seringal

 

Museu do Seringal – Foto: Família Müller

Museu do Seringal

 

Museu do Seringal – Foto: Família Müller

Bumbódromo e Festa do Boi em Manaus
O Centro de Convenções, popularmente conhecido como Sambódromo, sedia os maiores eventos populares da cidade, como o Carnaboi e o Boi Manaus, festa que já se tornou tradição nas comemorações do aniversário da capital amazonense. Na grande festa, a presença marcante das toadas dos bumbás que fizeram história no Caprichoso e Garantido (para saber mais sobre os bois-bumbás, acesse o site: www.boibumba.com).
Avenida Pedro Teixeira, 2565 – Bairro de Flores

Manaus conta com outros museus e eventos culturais e artísticos. Para mais informações, acesse o blog Cultura do Amazonas:http://culturadoam.blogspot.com.br.

Outros passeios

Zoo CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva)
Mantido e administrado pelo Exército brasileiro, o zoológico foi construído em 1967 com o objetivo de proporcionar informações sobre a fauna amazônica aos alunos do Curso de Operações na Selva. Conta com animais apreendidos pelo Ibama e faz um trabalho de possível reintrodução deles na natureza. É aberto ao público.
Avenida São Jorge, 750.
www.cigs.com.br

Jaguar no Zoologico do GIGS

 

Jaguar no Zoologico do GIGS – Foto: Família Müller

Praia de Ponta Negra
Ponta Negra é uma das partes nobres de Manaus, onde estão edifícios e condomínios luxuosos. A praia se forma às margens do rio Negro, e uma parte foi aterrada para aumentar o espaço de areia. A orla foi reformada e tem um calçadão onde moradores e turistas caminham ou pedalam com o belo visual do rio e da ponte do rio Negro. Parte das águas protegida para o banho, mantendo os banhistas seguros de animais como jacarés, por exemplo. Na parte alta há uma praça recém-reformada que ganhou ares modernos e um palco ao ar livre. Ela é espaçosa e tem mirantes, restaurantes, cafés e quiosques de sorvete e açaí – um lugar bem gostoso para assistir ao pôr do sol ou dar um passeio.

Praia de Ponta Negra

 

Praia de Ponta Negra – Foto: Família Müller

Passeios a partir de Manaus

Encontro das águas
Os dois maiores rios da região amazônica apresentam ao turista um espetáculo sui generis: o fenômeno do encontro das águas negras do rio Negro com as águas turvas e barrentas do Solimões. Elas correm lado a lado por mais de 10 km sem misturar-se por causa da densidade, temperatura e velocidades diferentes, até formarem, no Brasil, o grandioso rio Amazonas. Os passeios turísticos mais populares partem de Manaus para o encontro das águas e passam pelo Parque do Lago Janauary, onde o turista pode observar a bela vitória-régia.

Encontro das àguas

 

Encontro das àguas – Foto: Família Müller

Vitória Régia

 

Vitória Régia – Foto: Família Müller

Nadar com botos-cor-de-rosa
Um dos maiores desejos de quem visita a Amazônia é a possibilidade de interagir com os botos-cor-de-rosa. É uma experiência única e fascinante. Não é permitido alimentá-los, como se vê muitas vezes em fotos com famosos e celebridades, até porque o trabalho do flutuante Recanto dos Botos é sério e responsável – o que inclui comida limitada, para que os animais mantenham o instinto selvagem de alimentar-se sozinhos, e o contato delicado e sem impacto com o ser humano. O flutuante dispõe um espaço para alimentação do pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo, feita pelos turistas com varas e pedaços de peixe. O acesso ao flutuante é apenas por rio e facilitado pelas agências receptivas que organizam o passeio.

Nadar com os botos

 

Nadar com os botos – Foto: Família Müller


A lenda do boto-cor-de-rosa
A lenda do boto faz parte do folclore amazônico e brasileiro. Conta-se que um boto-cor-de rosa sai dos rios nas noites de festa junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto. Na cultura popular, a lenda do boto era usada para justificar a ocorrência de gravidez fora do casamento. Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto quando não se sabe quem é o pai.


Compras

Artesanato
A maior parte do artesanato amazonense traz traços indígenas, o que valoriza a diversidade da arte. Essa influência se destaca principalmente no uso dos elementos naturais como fibras, madeiras e sementes da região, coloridas com tinturaria produzida através de sementes e frutos. Há várias lojas especializadas em artesanato amazônico no centro histórico e espalhadas pela cidade. Todos os domingos, das 8h às 14h, acontece a Feirinha Popular da Eduardo Ribeiro, localizada na rua de mesmo nome. Nas barracas encontram-se artesanato e delícias da culinária local, entre outros artigos regionais, a preços acessíveis. Manaus tem vários shoppings centers com lojas especializadas e de grife – destaque para o Shopping Manauara (www.manauarashopping.com.br), que, na praça de alimentação, tem uma parte da floresta amazônica preservada, um diferencial bem interessante.

Artesanato

 

Artesanato – Foto: Família Müller

Agência receptiva

Shalom Expedition
Oferece, entre outros passeios, o city tour em Manaus, nadar com os botos, Vila Paraíso, zoo do CIGS e todos os traslados desde o aeroporto-hotel, até para outras cidades amazônicas, por terra e pelo rio.
Rua Canamari, 19
Tel. (92) 3082-9286/3308-4271/9238-6632/8112-1799
Shalom Expeditions

Hospedagem

Milenium Hotel
Avenida Djalma Batista, 1661

Hotel Adrianópolis
Rua Acre, 26 – Ed. Manaus First Tower

Hotel Saint Paul
Rua Ramos Ferreira, 1115 – Centro

Hotel Express Vieiralves
Rua Rio Branco s/n – Nossa Senhora das Graças

Para mais informações sobre a cidade, hospedagem, restaurantes e agências receptivas, acesse http://www.manausonline.com

Floresta Amazônica – A Selva

Os cenários panorâmicos de imensa beleza e a diversidade de fauna e flora desse ecossistema são os pontos altos do turismo na selva. Existem duas maneiras para viver experiências na floresta amazônica: nos hotéis de selva ou com o auxílio de uma agência receptiva que oferece transporte e passeios. O melhor é combinar os dois, organizando uma parte dos seus dias num hotel de selva e outra, com uma agência receptiva que o leve a passeios e cidades diferentes.

Hotéis de selva

Os hotéis de selva oferecem, em pacotes estipulados por diárias, passeios que levam o turista a vivenciar experiências na selva, tais como: trilha na mata com explanações sobre toda a sua diversidade; canoagem pelos igapós e igarapés, que descortinam belíssimos espelhos d’água; refrescantes banhos no rio; observação e focagem de animais e jacarés; passeios pelo rio ao alvorecer e ao pôr do sol que deslumbram os turistas com belíssimas vistas; observação das revoadas das aves; pescaria; visita à casa de ribeirinhos, entre outras variações. O diferencial entre eles está na localização, acomodações, passeios opcionais e o conhecimento dos guias que levam os turistas aos passeios.

Juma Amazon Lodge
Integrado à floresta, o hotel está localizado a 100 km ao sudeste de Manaus. São três horas, em média, de viagem (em veículos e barcos próprios) a partir de Manaus. A experiência já começa nesse transfer, que passa pelo encontro das águas, onde há parada para observação. Construído sobre palafitas, o hotel fica às margens do lago Juma. Na época do verão, os bangalôs, espaçosos e muito confortáveis, ficam a uma média de 15 metros do chão; na época de chuvas, a poucos centímetros da água. Todos os bangalôs possuem banheiro, ventilador e varanda e oferecem total privacidade ao hóspede. Na área comum, oferece redário e bar/lounge, onde os hóspedes se encontram para uma boa conversa depois das atividades. Os pacotes, que oferecem os passeios mencionados acima, vão de um (day-use sem pernoite) a seis dias. Os guias que acompanham os turistas são muito atenciosos e conhecem floresta. Numa das noites os turistas assistem a uma palestra muito interessante sobre toda a região amazônica (fauna, flora, clima, localização, modo de vida etc.), o que enriquece bastante a estada no Juma.
www.jumalodge.com.br

Caminhada na floresta- Aprendendo a usar recursos naturais

Caminhada na floresta- Aprendendo a usar recursos naturais – Foto: Família Müller

Macacos no Juma Jungle Lodge

Macacos no Juma Jungle Lodge – Foto: Família Müller

Macaco avistado na floresta

Macaco avistado na floresta – Foto: Família Müller

Passeio pelos Igarapés - Juma Jungle Lodge

 

Passeio pelos Igarapés – Juma Jungle Lodge – Foto: Família Müller

Ariaú Amazon Towers
Localizado a 60 km a noroeste de Manaus, na margem direita do rio Negro, o Ariaú já foi um dos hotéis de selva mais importantes da Amazônia, um dos pioneiros a oferecer as experiências na selva. Depois de duas enchentes, algumas das torres e parte da estrutura do hotel, como os museus e passarelas que interligam toda a estrutura, estão desativadas; outras estão sendo reconstruídas. O transfer para o hotel (por terra e pelo rio) leva por volta de 50 minutos a partir de Manaus, pela ponte do rio Negro. O hotel oferece passeios opcionais (não incluídos no valor da diária, como nadar com botos e visitar a comunidade indígena).
www.ariau.tur.br (português)
www.ariautowers.com (inglês)

Macacos no Ariaú Amazon Towers

 

Macacos no Ariaú Amazon Towers – Foto: Família Müller

Pesca de piranhas no Ariaú Amazon Towers

 

Pesca de piranhas no Ariaú Amazon Towers – Foto: Família Müller

Amazônia Jungle Hotel
Localizado à margem direita do rio Ariaú, a 34 km de Manaus, no município de Iranduba. Está a 45 minutos por terra pela ponte do rio Negro. É uma região rica na concentração de espécies de pássaros, excelente para a prática de observação. Os quartos são espaçosos, com ar-condicionado, banheiro e varanda. Na área comum há piscina, salão de jogos e sala de TV. Oferece, além das atividades programadas, passeios opcionais.
Estrada Manoel Urbano, km 34 – Iranduba
www.amazoniajunglehotel.com.br

Família Müller

 

Família Müller

Iguana no Amazônia Jungle Hotel

 

Iguana no Amazônia Jungle Hotel – Foto: Família Müller

Anavilhanas Jungle Lodge
Localizado em frente de Anavilhanas, maior arquipélago fluvial do mundo e parque nacional, na margem direita do rio Negro, fica distante cerca de 160 km de Manaus por terra. O traslado é realizado em veículo próprio numa viagem de em média três horas. O Lodge é construído sobre palafitas e possui opções de hospedagem diferenciadas em conforto, tamanho e preços. Todas as acomodações possuem ar-condicionado silencioso, frigobar, cama box, secador de cabelo e cofre. Os quatro Bangalôs Luxo contam ainda com TV, cama king size e paredes de vidro que oferecem uma bela vista da floresta. Nas áreas comuns há piscina, bar/lounge, sala de TV, redário e um mirante. Os pacotes vão de duas até cinco noites, e o diferencial está no “tour de reconhecimento pelo arquipélago de Anavilhanas”, a visita aos botos cor-de-rosa, passeio pelos ateliês de arte em Novo Airão e o dia inteiro de atividades para conhecer a parte norte do arquipélago, realizando uma trilha pelas pedras e pela floresta do Madadá (passeios predeterminados conforme a escolha do pacote).
www.anavilhanaslodge.com

Fora dos hotéis de selva

Iranduba

Distante apenas 27 km de Manaus, é a primeira cidade que encontramos ao atravessar a ponte Rio Negro. Pela proximidade da capital, o turista que visita os atrativos de Iranduba normalmente se hospeda nos hotéis de selva, ou mesmo em Manaus, realizando passeios de dia inteiro.

Lago Janauari
O Parque Ecológico do Lago Janauari possui uma área de 9 mil hectares entre matas em terra, várzea e igapós (floresta inundada). O passeio mais popular é o de barco pelo lago, com saída pela manhã e retorno ao fim da tarde. Saindo de Manaus, passa pelo encontro das águas e segue para o lago. A parada para o almoço se dá num dos flutuantes da região do parque. Nossa parada foi no Flutuante Rainha da Selva: o restaurante serve pratos da culinária típica amazonense, e depois do almoço o turista pode caminhar por um deque que chega a um mirante de onde pode observar as belas vitórias-régias, assim batizadas por um biólogo britânico em homenagem à rainha Vitória. A folha redonda sobre as águas rasas e sem correnteza chega a medir 1,8 metro de diâmetro e aguenta até 45 quilos. De vida curta, a vitória-régia dura apenas três dias, nascendo branca, tornando-se lilás e morrendo vermelho-escura. Em nossa caminhada pelo deque tivemos a sorte de avistar uma família de macacos castanhos na copa das árvores e jacarés no lago.

Jacaré se esconde entre as vitórias régias

 

Jacaré se esconde entre as vitórias régias – Foto: Família Müller


A lenda da vitória-régia

Nas margens do rio Amazonas, as jovens e belas índias de uma tribo se reuniam para cantar e sonhar. Elas ficavam por longas horas admirando a beleza da lua branca, e o mistério das estrelas sonhando um dia torna-se uma delas. Enquanto a lua deitava uma luz intensa nas águas, Naiá, a mais jovem índia de todas, subiu numa árvore alta para tentar tocar a lua, sem êxito. No dia seguinte, ela e suas amigas subiram às montanhas distantes para sentir com as mãos a maciez aveludada da lua; quando chegaram lá, a lua estava tão alta que todas desistiram e retornaram à aldeia desapontadas. Elas acreditavam que, se pudessem tocar a lua, poderiam se transformar numa estrela. Na noite seguinte, Naiá deixou a aldeia esperando realizar seu sonho, tomou o caminho do rio para encontrar a lua nas águas negras. Encontrou-a, imensa e resplandecente, refletindo sua luminosa imagem na superfície da água. Naiá pensou que a lua tinha vindo se banhar no rio para permitir que fosse tocada. Em sua inocência mergulhou nas profundezas das águas desaparecendo para sempre. A lua, sentindo pena daquela jovem vida agora perdida, transformou Naiá em uma flor gigante – a vitória-régia – com um inebriante perfume e pétalas que se abrem nas águas para receber em toda a sua superfície a luz da lua.

Vitória Régia

 

Vitória Régia – Foto: Família Müller


Comunidade Indígena Sahu-Apé

A comunidade indígena da etnia saterê-maué se abre aos turistas que a visitam. A comunidade matriarca, tem como xamã Tuchaua Baku Freitas, que veio da aldeia Ponta Alegre ainda jovem com parentes; receberam a doação dessa terra e deram continuidade à família, formando a comunidade, que hoje abriga 14 famílias. A visita guiada, normalmente pela própria xamã, percorre toda a aldeia. Os sahu-apé combinam a vida moderna a seus costumes, mas a prioridade é manter as gerações totalmente envolvidas com as festas e rituais da tribo saterê-maué, repassados pela xamã. O mais famoso deles é o ritual da tucandeira (formiga grande que, ao picar, injeta um veneno que causa dores violentas por até 24 horas), um dos mais vivos entre os indígenas, válido quando ocorre 20 vezes durante a vida do jovem rapaz e mais uma para casar. O menino que passa pelo ritual veste nas mãos luvas de palha com cem tucandeiras em cada uma e recebe em média mais de 200 picadas em cada uma – um ritual doloroso que tem como objetivo mostrar a valentia do “guerreiro”. As meninas passam pelo ritual da menina moça: na primeira menstruação, as índias são arranhadas com dentes de pacas e, em seguida, levadas até à lavoura de mandioca para transpirar, o que, segundo acreditam, lhe dará a coragem para ser uma ótima dona de casa. O turista pode participar, se desejar, de um ritual de limpeza executado pelo filho da xamã, segunda autoridade na aldeia e pajé. A visita percorre a escola, onde as crianças aprendem tanto a língua saterê-maué como o português, e adolescentes e crianças apresentam aos turistas algumas canções em ambas as línguas, acompanhadas dos instrumentos musicais feitos de recursos da natureza. A visita à farmácia é muito interessante: a matriarca prepara diversos tipos de remédios com ervas medicinais da floresta. O passeio é uma oportunidade singular de aprender mais sobre as culturas e tradições dessa comunidade indígena.

Luvas de palha com cem tucandeiras

Luvas de palha com cem tucandeiras – Foto: Família Müller

Dança típica da comunidade da etnia saterê-maué

 

Dança típica da comunidade da etnia saterê-maué – Foto: Família Müller

Pequeno índio da etnia saterê-maué

 

Pequeno índio da etnia saterê-maué – Foto: Família Müller

Gastronomia

Restaurante Recanto dos Peixes
Ótima opção para experimentar a culinária local. O restaurante é especializado no preparo dos peixes típicos da Amazônia.
Estrada Manaus-Iranduba, A-26 n-319 A – conjunto Ajuricaba

Manacapuru

A história de Manacapuru – localizada cerca de 84 km de Manaus – está fortemente ligada à aldeia dos índios muras, que se estabeleceram na margem esquerda do rio Solimões por volta do século XVIII. Atraídos pelo ciclo da borracha, muitos migrantes e imigrantes vieram para Manacapuru, tornado o município um dos mais populosos do Amazonas. A cultura manacapuruense é rica em tradições e festas folclóricas. A mais conhecida é o Festival de Cirandas, que ocorre no mês de agosto. A dança surgiu como uma brincadeira folclórica e virou competição entre grêmios recreativos. A cidade em si não tem atrativos turísticos; há muitos ambulantes pelas ruas e, com isso, muita sujeira. A não ser que você tenha interesse em observar o modo de vida dos habitantes, o melhor é manter-se nos arredores, na natureza.

Paraíso D’Angelo

Às margens do rio Miriti, bem na confluência do Solimões, está localizado o Complexo Turístico Ecológico Paraíso D’Angelo. O local oferece atividades como pesca esportiva, no lago do complexo; passeios em canoa motorizada pelo rio Miriti, onde se observam o manancial hidrográfico da região amazônica e enormes igarapés; passeio ao viveiro de peixes, onde é realizada uma demonstração da alimentação de tambaquis, pirapitinga e pirarucu; além de cavalgadas pelas dependências do complexo. Há opções para passar o dia ou hospedar-se. O restaurante oferece pratos da culinária amazonense. Assistir ao pôr do sol no deque do lago é a nossa dica para quem visita Paraíso.
www.paraisodangelo.com.br

A beleza do jardim flutuante no Lago Miriti

A beleza do jardim flutuante no Lago Miriti – Foto: Família Müller

Pôr do sol no deque no Paraíso D´Angelo

 

Pôr do sol no deque no Paraíso D´Angelo – Foto: Família Müller

Floresta alagada no encontro do lago Miriti com o rio Solimões

 

Floresta alagada no encontro do lago Miriti com o rio Solimões – Foto: Família Müller

Balneário Cirandeira Bela

O espaço de lazer aproveitou a água de um igarapé que cruza o terreno para criar um balneário. É uma oportunidade de banhar-se em águas naturais de forma muito segura, apropriada para todas as idades. Com o grande movimento, o balneário cresceu e no espaço há também restaurante e cabanas para hospedagem. Uma trilha pela mata, de aproximadamente 3 km, está sendo aberta para os turistas caminharem pela floresta do entorno do empreendimento.
Estrada AM 352/Manacapuru-Novo Airão – km 10
www.cirandeirabela.com

Novo Airão

A localização estratégica de Novo Airão – com jeito de cidade do interior, pacata e sossegada – a situa como ponto de partida para dois dos mais importantes parques nacionais da Amazônia: o Parque Nacional de Anavilhanas e o Parque Nacional do Jaú. A cidade ficou mais conhecida por causa da possibilidade de interagir com os botos que visitam o flutuante da Dona Marilda, mas é uma injustiça dizer que esse é o maior atrativo da cidade.

Botos cor-de-rosa no flutuante da Dona Marilda

 

Botos cor-de-rosa no flutuante da Dona Marilda – Foto: Família Müller

Parque Nacional de Anavilhanas

Anavilhanas é considerado o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, com cerca de 400 ilhas. As agências receptivas organizam passeios que partem em voadeiras (espécie de canoas motorizadas) para explorar os labirintos formados por igarapés e igapós entre as ilhas. Durante a vazante do rio Negro, na seca, formam-se praias de areia branca no entorno das ilhas; em algumas delas pode-se parar para relaxar e tomar um banho de rio.

Igarapés entre as ilhas Anavilhanas

 

Igarapés entre as ilhas Anavilhanas – Foto: Família Müller

Passeio de barco pelo Parque Nacional de Anavilhanas

 

Passeio de barco pelo Parque Nacional de Anavilhanas – Foto: Família Müller

Grutas do Madadá

As grutas são formadas por rochas de mais de 700 milhões de anos, com formas e cores variadas. As agências receptivas oferecem o passeio combinado, com duração de um dia inteiro, que inclui a passagem de barco pelo arquipélago e Parque Nacional de Anavilhanas, ou a visita às ruínas de Airão Velho (a antiga cidade de Airão, abandonada), e segue com a caminhada pela mata até as grutas do Madadá.

Expedição para o Parque Nacional do Jaú

Declarado pela Unesco Patrimônio Natural da Humanidade. Devido à grande distância entre a cidade de Novo Airão e ao controle sobre a visitação, só é permitida a visita ao parque com pré-autorização do ICMBio, em Manaus. O Parque Nacional do Jaú possui uma diversidade intocada de árvores e animais. É conhecido mundialmente pela exuberância e pela qualidade primitiva, já que vem sendo preservado há mais de 20 anos. As expedições duram em média dois dias e incluem a visita às grutas de Madadá e Airão Velho. No parque são permitidas as caminhadas até cachoeiras e a visita às comunidades que habitam o parque.

Festivais

Regionalmente, a cidade de Novo Airão é bem conhecida pelos festivais. Dentre os mais importantes, destacam-se: Festejos de Santo Ângelo – padroeiro da cidade (de 27 de abril a 25 de maio); Festival Folclórico (junho); Festival de Música Popular Airãoense (de 29 a 30 de agosto); Festival do Peixe-Boi (último fim de semana de outubro); Festival de Verão (17 de novembro).

Artesanato

Fundação Malaquias
No mesmo local funcionam três centros de artesanato: um especializado em madeira e papel reciclado; um especializado em palha; e uma loja de material indígena. Todos receberam prêmios nacionais e internacionais pela qualidade de seus materiais e pela gestão de suas instituições.
Avenida Tiradentes, 121
www.fam-na-am.com.br

Artesanato em madeira machetada na Fundação Malaquias

 

Artesanato em madeira machetada na Fundação Malaquias – Foto: Família Müller

Loja indígena da etnia waimiri-atroari
Os índios dessa etnia confeccionam o seu artesanato inspirados nos elementos da natureza e em seu universo mítico. Em destaque, as cestarias com grande variedade de formas, utilidade e motivos gráficos, que expressam a visão de mundo dos waimiri-atroari, e as flechas com ponta de madeira, osso ou ferro. O artesanato não se destina apenas a fins domésticos, mas também ao uso simbólico em rituais e outras situações em que o mundo mítico e o mundo material se encontram.
Arte Waimiri-Atroari
Rua João Paulo II, 46 – Centro
www.waimiriatroari.org.br

Associação dos Artesãos de Novo Airão – AANA
Além do artesanato indígena, conta com outros artefatos produzidos por artistas locais.
Centro – Novo Airão

Gastronomia

A cidade é pequena e não há muitas opções de restaurantes que funcionem regularmente para todas as refeições, com algumas exceções.

Restaurante Floresta
Um dos melhores restaurantes da cidade, funciona para todas as refeições e serve pratos que utilizam ingredientes da culinária local combinados a temperos especiais elaborados pela proprietária.
Rua Ajuricaba, 34 – Centro

Hospedagem

Pousada Bela Vista
Com boa infraestrutura para acomodar o hóspede com conforto, os quartos têm TV e ar- condicionado; na área comum, uma piscina. A pousada possui barco próprio que leva os turistas a passeios pela região.
Avenida Presidente Getúlio Vargas, 47
www.pousada-belavista.com

 

Presidente Figueiredo

A 107 km ao norte de Manaus, a cidade está bem estruturada para receber turistas. Conhecida como a Terra das Cachoeiras na Amazônia, Presidente Figueiredo é destino rotineiro dos manauaras no fim de semana. São mais de cem cachoeiras catalogadas, grutas e cavernas, que formam os principais atrativos turísticos desse chamado popularmente “Paraíso Amazônico”. No Centro de Apoio ao Turista (CAT), localizado logo após a entrada da cidade, o turista, além de obter informações, pode contratar guias especializados para acompanhar os passeios.

Corredeira do Urubui

É o atrativo mais popular da cidade. O banho na corredeira é permitido, e o parque, que tem bares e restaurantes que servem culinária regional, está sempre lotado nos fins de semana. Nossa dica é visitar a corredeira nos dias de semana para fugir da lotação.
Margem esquerda da BR-174, km 107, a 300 metros

Artesanato em madeira machetada na Fundação Malaquias

 

Artesanato em madeira machetada na Fundação Malaquias – Foto: Família Müller

Parque Ecológico Iracema Falls

Mais distante do centro, localizado em meio à floresta amazônica, o parque tem como principais atrativos duas cachoeiras e três grutas de formação rochosa. Numa breve caminhada de aproximadamente 3 km pelo complexo, é possível visitar todos os atrativos. A cachoeira da Iracema apresenta uma queda d’água de 8 metros de altura em meio às rochas. Na época das chuvas, fica exuberante, com enorme volume de água, algumas vezes, impossibilitando o banho; na vazante do rio é possível desfrutar das piscinas naturais de águas cristalinas e tomar duchas na queda d’água. Próximo a essa cachoeira estão as grutas Palácio do Galo da Serra, a Catedral e a gruta da Onça. Mais à frente, seguindo pela trilha, chega-se à cachoeira das Araras. Sua queda d’água é dividida ao meio por rochas e vegetação, formando um visual bucólico. No parque há um restaurante para atender quem chega esfomeado da caminhada.
O parque ecológico pertence ao Hotel Iracema Falls, uma das melhores opções de hospedagem em Presidente Figueiredo. Hóspede não paga a taxa de manutenção para fazer as caminhadas e desfrutar dos atrativos.
Rodovia Presidente Figueiredo (BR-174), km 107
www.iracemafalls.tur.br

cachoeira da Iracema

 

Cachoeira da Iracema – Foto: Família Müller

Caverna Maroaga e Gruta da Judeia

Localizada em uma área de proteção ambiental, a caverna só pode ser visitada com um guia turístico contratado no CAT. A crendice popular diz que essa caverna, com mais de 400 metros de túneis e galerias, foi utilizada como esconderijo pelos indígenas. Do início da trilha à entrada da caverna, são aproximadamente 30 minutos de caminhada. Na entrada da Maroaga está uma queda d’água – uma surpresa refrescante para o aventureiro depois da caminhada. Quando se entra na caverna, a formação rochosa e a visão de várias galerias, como diz o guia, “lembram o interior de um palácio gótico”. Seguindo a caminhada por mais 30 minutos, chega-se à gruta da Judeia: um paredão rochoso se abre em uma grande galeria de onde cai um forte jato de água que forma uma piscina natural. Uma paisagem realmente paradisíaca!
Rodovia AM-240, km 6

Caverna Maroaga

 

Caverna Maroaga – Foto: Família Müller

Gruta da Judéia

 

Gruta da Judéia – Foto: Família Müller

Outros passeios

Presidente Figueiredo possui muitas cachoeiras: a do Santuário e a da Pedra Furada são mais conhecidas e valem uma visita. Para mais informações sobre o turismo e opções de hospedagem, dirija-se ao CAT ou consulte o site:www.presidentefigueiredo.am.gov.br.

Gastronomia amazônica

Com muita variedade de sabor e temperos, a culinária amazonense tem no peixe o seu principal ingrediente. As frutas tropicais, seivas, ervas e ingredientes feitos da mandioca complementam a rica culinária regional. A maior parte dos restaurantes serve pratos regionais. Em Manaus há restaurantes que oferecem pratos da cozinha internacional. O café da manhã, composto de sucos de frutas da Amazônia, tapioca, mingau, banana e sanduíche de tucupi, são bem populares, principalmente entre os amazonenses.

Agência receptiva

Caturamtur Viagens e Turismo
A agência organiza transporte, transfers e passeios nas cidades de Iranduba, Manacapuru, Novo Airão e Presidente Figueiredo.
http://www.caturamtur.com.brwww.caturamtur.com.br

Para outras informações e opções de turismo no estado do Amazonas. acesse:
www.visitamazonas.am.gov.br.

Dicas de viagem – Amazônia

Leve na bagagem: roupas de banho, calçado confortável, botas ou tênis reforçado (para caminhadas na floresta), calça, boné, protetor solar, repelente de insetos, capa de chuva, lanterna e binóculo.
É recomendável (mas não obrigatório) tomar vacinas contra febre amarela e tétano.
Não subestime a floresta. Caminhe com atenção, de calças e camisas de mangas compridas e calçados reforçados. Procure estar sempre próximo ao grupo e aos guias, até para poder entender mais esse ecossistema complexo. Enquanto caminha, não toque nas plantas, tampouco nos insetos e animais que possa encontrar; não coloque nada na boca e fique atento às crianças.
Em alguns dos hotéis de selva, os macacos ficam muito perto e tentam interagir ou roubar comida e outras coisas, como celulares e câmeras. Obedeça às regras de não alimentar e não tocar os animais, e, caso seja mordido ou arranhado por um deles, recorra a um hospital ou posto de saúde para tomar a vacina antirrábica, mesmo que o animal não apresente sintomas da doença ou já tenha sido vacinado. Macacos são extremamente resistentes, e a indicação do Instituto Pasteur é tomar a vacina em todos os casos.

Aproveite as experiências que a Amazônia proporciona. Elas são intensas e inesquecíveis!

Amazônia

Amazônia – Foto: Família Müller

Amazônia
 
 
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